Do litígio com o Vasco ao patrocínio do Royal: negócios de Rômulo (condenado e recorrendo) cruzam com X-Tudo e Espetto

Espetto cobrou R$ 2,9 mi do Vasco e fechou acordo de R$ 1,671 mi; duas semanas antes, clube assinara com Azeite Royal. Rômulo é sócio de Bruno Lins em franquias.
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Espetto cobrou R$ 2,9 mi do Vasco e fechou acordo de R$ 1,671 mi; duas semanas antes, clube assinara com Azeite Royal. Rômulo é sócio de Bruno Lins em franquias.

A rede Espetto Carioca, os patrocínios do Azeite Royal e a X-Tudo Comunicação compõem uma teia empresarial que tangencia os principais clubes do Rio e expõe vínculos entre personagens de processos penais e contratos publicitários. No Vasco, a Espetto foi contratada emergencialmente em 2018 para alimentação no período de crise, mas alegou inadimplência por três meses e rescisão abrupta. Entrou na Justiça cobrando R$ 2,9 milhões e, em 23 de julho do ano passado, fechou acordo por R$ 1,671 milhão, com parcelas até junho de 2022. Duas semanas antes do acerto, o clube já havia assinado patrocínio com o Azeite Royal (até 2019), posteriormente renovado para 2020.

Um dos sócios por trás de franquias da Espetto é Rômulo dos Santos Gonçalves, condenado a 8 anos e 6 meses pelo TRF-2 por furto e associação criminosa no caso do golpe dos cartõesrecurso pendente. Com ele, aparece Bruno Lins Gorodicht, fundador da X-Tudo, agência que atua no Flamengo (via M2FA Comunicação, aberta em setembro de 2018, com Francisco Cantanhede, Marcos Milton e Ricardo de Aquino). Na prática, quem comanda a operação é Marcelo Gorodicht, irmão de Bruno.

Do outro lado, o Azeite Royal tem como figura pública Eduardo Vinícius Giraldes Silva, também condenado (5 anos, 10 meses e 15 dias, recorrendo) no mesmo processo do TRF-2. As peças do MPF apontam um modus operandi estruturado: POS adulteradas, cartões falsos e um núcleo comprador para adquirir mercadorias que seriam repassadas a receptadores com deságio. Em 2011, a Justiça Federal registrou, no caso de Giraldes, R$ 3,5 milhões em movimentação e evolução patrimonial de 373%.

O passado de Rômulo com o Espetto foi mencionado numa decisão do STF (2014), na qual se relatou que bens de luxo e fluxos bancários não condiziam com o apital social então declarado, justificando cautelaridade. Atualmente, além das duas franqueadoras (com Bruno Lins e Almerinda Pereira), Rômulo integra a Bar e Botequim Espetto Américas (capital de R$ 20 mil), com Leandro Pereira.

A X-Tudo surgiu em 2011 como marca da FSA Comunicação; Bruno Lins se retirou formalmente em jan/2018. Gabriel Trindade, que entrou na sociedade, foi preso em flagrante em maio de 2018 na Tijuca por dirigir moto roubada; ele também aparece como sócio de três unidades do Espetto.

No Flamengo, a M2FA/X-Tudo opera sob a batuta de Marcelo Gorodicht, e o trabalho já foi alvo de críticas da torcida. Ao mesmo tempo, escutas do caso dos cartões registraram ligações de Rômulo feitas a partir de linhas associadas à LGA Transporte e Materiais de Construção, em nome de Abílio Veiga da Trindade, apontado em processos cíveis como “laranja” de fraudes de escrituras na Barra da Tijuca.

Mesmo condenado e recorrendo, Rômulo obteve autorização judicial para viajar à Flórida (20/2–1/3), amparado no novo entendimento do STF que afasta a execução provisória da pena. Em agosto passado, ele havia tido pedido negado pela Justiça Federal.

Respostas

O Flamengo disse que “a X-Tudo não tem nada com o Azeite Royal”. A X-Tudo negou relação com Rômulo e ingerência do Royal. Espetto Carioca e Azeite Royal não responderam aos contatos. Espaço aberto.

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